O que torna o vinho um alimento e uma bebida tão especial, tão diferente de todas as outras, são os polifenóis. Mais especificamente é a relação harmônica dos polifenóis com os outros componentes do vinho, sobretudo com o álcool. É justamente essa afinidade a grande responsável pelas virtudes organolépticas e terapêuticas desta bebida/alimento tida como o néctar dos deuses.
Os polifenóis existem no reino vegetal com a função de defender as plantas. São eles que protegem os vegetais dos ataques físicos como o dos raios ultravioletas (do sol) e dos ataques biológicos como os dos fungos, dos vírus e das bactérias. Os polifenóis se concentram nas folhas, cascas e sementes dos vegetais e é deles o mérito das virtudes terapêuticas do vinho, que contém mais de 200 tipos de polifenóis.
Na década de 90, descobriu-se que os franceses apresentavam um menor risco de morte do que os norte-americanos, apesar de ambos os povos terem o mesmo nível de colesterol e, ainda pior, os franceses ingerirem muito mais gordura saturada.
Essa questão foi denominada o "paradoxo francês" e deu origem a inúmeros estudos. A cada dia surgem novas pesquisas tentando desvendar os mistérios daquele que foi identificado como o super-herói da saúde dos franceses: o vinho. Segundo inúmeros estudos realizados sobre a bebida, ficou comprovado que, se consumida moderadamente - no máximo 250 ml diários, visto que ela não deixa de ser uma bebida alcoólica - ela é capaz de:
- Prevenir de resfriados ao câncer;
- Controlar a hipertensão;
- Reduzir o risco de problemas cardíacos e, nos casos de pessoas já doentes, ajudar a evitar um segundo enfarte;
- Em idosos, diminuir o risco de desenvolver problemas mentais;
- Prevenir a osteoporose;
- Diminuir a circunferência abdominal tanto em homens como em mulheres, assim como a medida da pressão arterial e do colesterol sanguíneo, fatores de risco para a saúde;
- Destruir gorduras por inibição de enzimas metabolizadoras de gordura;
- Associado à dieta mediterrânea, ajudar a aumentar os ácidos graxos Omega-3 no sangue, por meio de seus antioxidantes que atuam sobre eles no tubo digestivo e nos tecidos;
- Prevenir a hipertensão e a arteriosclerose;
- Inibir a produção de radicais livres e evitar a agregação das plaquetas;
- Brecar tumores: o resveratrol (contido no vinho) tem diversos efeitos benéficos, entre eles uma provável ação contra o desenvolvimento de tumores;
- Tornar-se se tornar um bom remédio contra o herpes, pois a substância se mostrou capaz de inibir a multiplicação do vírus que provoca a doença;
- Melhorar a digestão e o sono;
- Regular o humor;
- Trazer longevidade;
- Proteger o coração de problemas cardíacos;
- Ter um potente efeito antioxidante e uma ação antibiótica
- Melhorar a comunicação, bem como o nível de atenção;
- Aumentar o QI
- Inibir em até 80% o crescimento do HIV na sua fase inicial. Os pacientes com AIDS e que estão fazendo o tratamento com o coquetel antiviral e bebem vinho moderadamente, regularmente, durante as refeições, tem um maior período de latência (período em que ficam com o vírus sem manifestar a doença);
- Diminuir chances de pedras nos rins;
- Melhorar a atitude psicológica. Pessoas que bebem uma ou duas taças por dia tendem a um estilo de vida mais moderado e equilibrado e parecem ser mais capazes de administrar o stress;
- Proteger contra o mal de Alzheimer
Além disso, os efeitos benéficos do vinho se devem ao baixo teor de álcool e aos polifenóis e sua convivência harmônica com outros compostos. 60% dos polifenóis vêm da semente da uva, 33% da casca, o resto da polpa, pedicelo e madeira. É por isso que, como regra, os vinhos tintos têm mais qualidades para a saúde que os vinhos brancos.
Constatou-se também que as mulheres que bebem vinho regularmente, moderadamente e junto às refeições têm 50% menos chance de desenvolverem câncer de ovário e têm as manifestações de menopausa atenuadas. Outra dádiva do vinho para as mulheres é sobre a pele, o órgão que mais mostra os sinais do tempo. Os polifenóis do vinho melhoram muito a consistência e a elasticidade da pele, isso porque eles inibem a colagenase e a elastase, duas enzimas que destroem o colágeno e a elastina, responsáveis pela consistência e elasticidade deste órgão do revestimento. Além disso, eles melhoram muito a hidratação e a microcirculação das células. Esse efeito sobre a pele é tão impressionante que hoje existem inúmeros tratamentos de beleza e cosméticos feitos a base de óleo de semente de uva e vinho.
Os vinhos brancos, embora tenham menos polifenóis, também têm algumas virtudes terapêuticas que são muito interessantes. Eles, de uma maneira geral, são mais diuréticos, desintoxicantes e ricos em potássio, cálcio e magnésio. Os polifenóis no vinho branco, apesar de serem em menor quantidade, tem uma grande capacidade antioxidante. Pesquisas realizadas na Universidade de Búfalo, em Nova Iorque, mostraram que as pessoas que têm o hábito regular de beber vinho branco moderadamente junto com as refeições têm uma melhor função pulmonar.
Fonte: Portal Terra.com.br, por Nadia Heisler 07 de julho de 2008
Contribuição do confrade Normano