CarpeVinum.com.br: Fundação da Confraria Carpe Vinum

15 de março de 2008

Fundação da Confraria Carpe Vinum

Prezados confrades, saudações!
Nossa noite de fundação da Confraria Carpe Vinum foi um sucesso! Discutimos todos os itens da pauta, deliberamos e ainda pudemos nos conhecer, ainda que parcialmente. Esperamos que tenha sido uma noite agradável a todos . Nos próximos encontros, com certeza, nossas interações em torno do vinho serão ainda melhores e mais animadas!

contribuição do confrade William

Quem faz o que nesse negócio?

Enólogo é o profissional com formação em enologia que trabalha diretamente na vinícola. Ele tem conhecimento científico para coordenar todo o processo de elaboração da bebida. O enólogo faz o vinho.
Enófilo aprecia e estuda o vinho. Somos você, eu e qualquer pessoa que mantenha o hábito de tomar vinho e ler sobre o assunto. A palavra de origem grega significa "amigo do vinho".
Sommelier é o profissional que trabalha em restaurantes, elaborando cartas de vinhos e orientando clientes na escolha da bebida ideal para combinar com o prato.

Enólogo, enófilo e sommelier podem conduzir degustações, proferir palestras e comandar cursos sobre vinhos.

Santos, Suzamara. Pequeno livro do vinho. p. 20-21. Guia para toda hora. Verus Editora. 2006.

Histórico de Encontros Carpe Vinum

06/11/2010 vinho xerez

16/10/2010 uvas e países exóticos

11/09/2010 uvas e países exóticos

19/06/2010 vinhos de Córsega e jantar Harmonizado

08/05/2010 país Uruguai
10/04/2010 Degustação às cegas
13/03/2010 Degustação às cegas

04/12/2009 Jantar Harmonizado de tema Natal (e Sarau)

07/11/2009 país Itália

03/10/2009 país Argentina II
19/09/2009 país Argentina I
01/08/2009 país França
06/06/2009 Jantar Harmonizado de tema Itália
09/05/2009 Uva Pinot Noir
04/04/2009 Uva Cabernet Franc
07/03/2009 Uva Carménère (comemoração de 1 ano)
07/02/2009 Uva Malbec
06/12/2008 Jantar Harmonizado de tema Espanha (e Sarau)
01/11/2008 Uva Shiraz ou Syrah
04/10/2008 Uva Cabernet Sauvignon
06/09/2008 Uva Merlot
16/08/2008 Elaboração de Vinhos Tintos e Rosés
07/06/2008 Jantar Harmonizado de tema Portugal
17/05/2008 Elaboração de Vinhos Brancos e Espumantes
05/04/2008 Princípios Básicos da Degustação
15/03/2008 Fundação da Confraria

10 mandamentos para o vinho

Aquele que se inicia nas artes de Baco logo descobre que o vinho é um verdadeiro universo, repleto de novas informações. Esta complexidade ao mesmo tempo que fascina pode confundir os menos experientes, afugentando-os, e alienar os especialistas, afastando-os da verdadeira razão deste néctar, o simples "joie de vivre", a alegria de viver. Vamos então, por um momento, relembrar o essencial, preceitos que, por mais que nos aventuremos no mundo deste nobre fermentado, devemos sempre trazer conosco. Com este espírito, enumero abaixo 10 dicas ou regras básicas para melhor apreciar o vinho:

1. A temperatura
Alguém no Brasil gosta de café frio ou de cerveja quente? Gelar os brancos em demasia irá mascarar seus aromas, enquanto "temperatura ambiente" para os tintos é um clichê que no Brasil, por seu clima quente, raramente se aplica. Genericamente, sirva os tintos a 18º C, os brancos a 12º C e os espumantes a 8º C.

2. O copo
É o instrumento do apreciador, uma espécie de amplificador das qualidades da bebida. Apreciar um bom rótulo num copo reto de vidro grosso é como ouvir Von Karajan regendo a Filarmônica de Berlim em um radinho de pilha. Numa descrição genérica a taça ideal é formada de base, haste e bojo, que deve ter formato ovalado, estreitando em direção a borda; deve ser totalmente transparente, de vidro fino e jamais enchida mais que um terço de sua capacidade. Para os espumantes o ideal é o copo alongado, do tipo flute.

3. A adega
A maioria das garrafas que compramos é consumida rapidamente, em questão de dias ou semanas. Com essas não é preciso tanta preocupação. Mas as que serão guardadas por meses ou anos merecem cuidado especial. Para conservá-las em condições ideais é necessário mantê-las deitadas em local ventilado, sem luz, vibrações e cheiros fortes. A temperatura deve ser constante - cerca de 13°C -, a umidade ideal é 65%.

4. A idade da garrafa
O vinho é uma bebida viva, em constante mutação dentro da garrafa. O conceito "quanto mais velho melhor" é um mito, pois todo vinho nasce, amadurece, mantém-se no auge por algum tempo e decai até ficar decrépito e morrer. As características que conservam os vinhos são: o teor alcoólico, os taninos (presentes só nos tintos), a acidez e a doçura. Em maior quantidade, essas características funcionam como uma espécie de garantia de longevidade para o líquido que repousa na garrafa.

5. No restaurante
Peça a carta de vinhos ao maître ou sommelier. Examine-a com cuidado para fazer a seleção da bebida que melhor se adapta ao gosto pessoal dos comensais, poder aquisitivo e aos pratos selecionados. Pedir conselhos ao sommelier é sempre válido. A garrafa deve ser conferida antes de ser aberta, na presença de todos. A rolha deve ser colocada à mesa, para que possa ser examinada. Uma pequena dose será servida a quem fez o pedido. Se aceito, o vinho será servido as outras pessoas da mesa.

6. Deixe o líquido respirar
Os vinhos, em sua maioria, devem ser consumidos assim que abertos. Alguns tintos de maior corpo e longevidade, no entanto, se beneficiam de alguns minutos de contato com o ar antes de serem degustados. Simplesmente abrir a garrafa e deixar o líquido dentro dela não resolve. É necessário transferir o conteúdo para uma jarra ou decanter para que este aumente sua superfície de contato com o ar.

7. Garrafas abertas
Uma vez aberta a garrafa, o líquido se oxidará gradualmente até se tornar intragável, num processo que pode demorar de algumas horas a vários dias. O método caseiro mais eficiente para dar uma sobrevida a uma eventual sobra é a utilização de meias-garrafas (de 375 mililitros). Ao abrir uma garrafa grande, transfira metade do conteúdo para a menor, que deve estar perfeitamente limpa. Encha-a por completo e depois arrolhe. Assim o vinho pode resistir vários dias.

8. O matrimônio
Combinar vinhos com alimentos é um tema tão complexo e prazeroso quanto os relacionamentos amorosos. É trabalho semelhante ao dos cupidos ou das agências matrimoniais. Deve-se aprender sobre a personalidade das partes, valorizar suas afinidades e tirar proveito de seus contrastes. Busque combinações tradicionais ou, se tiver alguma experiência com vinho, crie suas próprias e se enamore delas.

9. A seqüência
Trocar de vinho durante uma refeição é normal e, até, recomendável. Esta troca, entretanto, deve ser criteriosa. O ideal é que a seqüência siga um crescendo de paladar. Os brancos antes dos tintos, os leves antes dos encorpados, os medíocres antes dos grandes e os secos antes dos doces. A ordem errada pode comprometer um vinho, enquanto a correta o valoriza.

10. O prazer
Lembre que para todas as regras acima existem exceções e que esta, a número 10, deve prevalecer sobre as demais. Apreciar vinhos é uma arte. Afinal, é a bebida mais complexa, completa e fascinante que existe. Na hora de apreciar uma boa garrafa, o verdadeiro artista deve subordinar todos os preceitos ao motivo pelo qual elegemos esta a nossa bebida: o prazer.

Texto extraído do site Mar de Vinho. por Marcelo Copello à Gazeta Mercantil, Caderno Fim de Semana , 19 de março de 2004